[MUNDO LIVRE- RP Pública] Fase Inicial

ASPECT OF VALOR 

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De seu trono ele os observava, o rosto repousando em sua mão que era sustentada pelo cotovelo apoiado no braço esquerdo de seu resplandescente trono dourado. Elfos, bruxos, lobisomens... Todos eles festejando, todos eles felizes. Por centenas de anos ele havia permanecido inerte em seu trono, e mais tempo do que ele lembrava seus irmãos haviam deixado os salões do Conselho, indo além daquele mundo terreno, seus tronos vazios sempre lhe trazendo momentos nostálgicos à memória. Mas era seu dever ficar ali, um ultimo guerreiro solitário e um guardião eterno. Nahamir era um lugar vazio nesses tempos, e ver a Cidadela Dourada abandonada lhe trazia uma angustia difícil de se descrever, se quer de se entender. Passava seus dias oculto dentro do Conselho, observando os cantos da criação com a calma e o carinho que um pai tinha para seu filho, sempre a posto para intervir caso aquele pequeno globo azulado viesse a correr algum perigo. As vezes, ocultando suas asas e sua aura, ele descia até Arthas na forma de um homem alto e bonito, cabelos longos e vermelhos, olhos cintilantes e dourados. Se divertia na taverna, se misturava aos mortais e provava da vida cotidiana deles, oculto em uma mentira boba "Sou apenas um viajante!", dizia ele sempre que lhe perguntavam de onde vinha.

E agora lá estava, preso em curiosidade, observando pelo espelho d'água que jazia no meio do conselho os fazeres daqueles que estavam na festa que acontecia em Hogwarts. Figuras importantes estavam lá, desde o Senhor dos Vampiros à Rainha dos Elfos. E não apenas eles. Viu pelas águas uma figura conhecida, alguém que como ele trazia uma aura divina. Então não haviam todos ido embora? Alguns haviam ficado? Essas perguntas não tardaram a serem respondidas, afinal, pelas ações da valquíria, a Coragem notou uma forte ligação deste com uma humana. Uma bruxa. Aquilo o fez sorrir. Em outra era, ele teria esbravejado e se inflamado em fúria. Alguém de sua raça com um mortal? "Sacrilégio!" ele teria dito, e pensar nisso o fez rir baixo.

Havia mudado nesses longos anos de solidão, e tinha até certa inveja daquela valquíria, que sorria, que estava feliz, mesmo estando neste mundo mortal. Por um momento ele pensou, fechando os olhos cintilantes e retirando seu elmo de batalha com calma enquanto se levantava, altivo, o ultimo dos Aspectos a pisar naquele mundo mortal, antigo como a própria Terra. - Acho, que por esta noite, posso me dar esse luxo. - Comentou baixo, olhando-os pelo espelho d'água. E com um sorriso no rosto celeste, ele novamente colocou seu elmo, caminhando devagar para as portas resplandescentes do Conselho e as abrindo, como não eram abertas em tantas eras. Iria se juntar a eles, e precisava conversar com aquela outra valquíria, tinha tantas duvidas a serem sanadas que, mesmo em toda sua glória e sabedoria, parecia um jovem curioso. Abriu então suas longas asas douradas, feitas da mais pura luz, e de Nahamir ele deixou-se cair, um cometa cintilante e dourado a cruzar o céu.

Aqueles que eram sensitivos poderiam sentir sua aproximação a milhas de distancia, tamanha era sua aura. Não iria se preocupar em mentiras e ilusões desta vez, iria não como um viajante, mas como Apollyon, o Aspecto da Coragem, Juiz do Conselho e General das Hostes Celestes. Sua luz dourada afastava a escuridão enquanto ele se aproximava, como se o sol estivesse a rasgar com seus lampejos flamejantes o véu noturno, e com elegância e calma ele se deixou pousar nos terrenos do castelo. Ocultou suas asas então, respirando o ar noturno com calma ao retirar seu elmo dourado, que se desfez em uma névoa de mesma coloração. Deixou os cabelos rubros serem carregados pelo vento enquanto se aproximava dos portões do castelo, sua aura já a muito oculta a fim de não causar alarde algum. Para todos, era um jovem homem ruivo, extremamente belo em sua armadura dourada. Castelo adentro ele então foi, a passos largos e decididos, seu semblante sempre altivo e nobre, deixando-se guiar pelos barulhos da comemoração. Não tardou para que lá estivesse, abrindo as portas do Grande Salão com calma e deixando-se adentrar a comemoração com um sorriso, misturando-se à multidão como quem nada quer e então pedindo um copo de cerveja para o garçom. Uma bebida dourada para uma valquíria, nada mais adequado, não?

ASPECT OF VALOR 

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Parecia então que sua vinda ali havia sido escrita no Livro das Eras. O que talvez houvesse sido apenas um passeio em meio aos mortais tornou-se de imediato motivo para sua preocupação. O olhar áureo tornou-se intenso, quase faiscante, encarando a figura ministerial com um cuidadoso analisar. Tão logo ele apareceu, tão logo ele se desfez. O Arcanjo perdeu completamente sua postura "humana". Sua armadura transmutou-se sobre sua pele, tomando formas mais livres, unindo-se a sua pele sobre seus braços e pernas em uma pequena flama intensa e rubra. O longo cabelo se desprendeu, quase que vivo, flamejante tal qual seu olhar, agora duro e imperioso. O que Vallerie tinha em sutileza e harmonia, ele tinha em presença e vontade. Algumas pessoas ao seu redor se afastaram com um susto, ele se quer se importou. Poucos eram os que sabiam de sua existência, e menos ainda eram os que conheciam sua aparência. O Arcanjo do Fim cerrou seu cenho na direção em que momentos antes o bruxo havia feito seu comunicado. Deu então as costas a um grupo de pessoas ainda abismadas com a súbita transformação que haviam presenciado, seguindo em direção a uma velha conhecida.

Sua mente trabalhava rápida, enchendo-se de informações sobre o local, sobre o anuncio, sobre quem era aquele homem que havia aparecido. Teria ele vacilado em sua vigília? Havia deixado passar algo. Aquilo o perturbava, como se uma goteira continuamente pingasse no lago profundo que era sua mente, causando distúrbios na superfície espelhada e distorcendo seus reflexos. Um par de soldados elfos tentaram lhe barrar a aproximação, e ele apenas lhes dirigiu um olhar duro, carregado de uma autoridade única. Ambos se afastaram de imediato. O ar ao seu redor era quente, quase insuportável, sufocante. Ele era fogo, era a coragem do soldado, a fúria de um dragão, o coração de uma rebelião. Era o Fim em chamas. E sua paciência estava beirando seus limites por causa da teimosa gota d'água que continuava a lhe atormentar a mente. Para Oziel ele lançou um olhar severo ao se aproximar de Vallerie, e o mesmo olhar foi depositado sobre os olhos de Ewan, porem a austeridade deu lugar a um aviso, não ao vampiro, mas a coisa que lhe habitava o amago. Era um ser celeste, mas acima disso, era um guerreiro e um guardião. Para ele, todos eram crianças ainda, brincando em meio a uma vida mortal, e mesmo os mais antigos que lá estavam se quer se aproximavam dele em idade. A única entidade que se igualava a ele naqueles salões eram Vallerie, e ainda assim para ele, esta era como uma irmã mais nova. E a ela ele dirigiu um olhar intenso, mas respeitoso. - Vallerie. - Disse ele com simplicidade, sua voz grave como um trovão que rugia ao longe, imperiosa, inflamada com um vibrar sutil e inumano. A Roda do Tempo estava girando novamente, perdida em ruínas antigas, ele conseguia senti-la em seus ossos, rangindo pouco a pouco. Talvez, em outra situação, sua presença e chegada tivessem sido mais cordiais, talvez ele tivesse cedido sorrisos e comentários graciosos. Mas algo lhe incomodava, algo não estava certo. E para ela, e apenas ela, ele deixou transparecer em seus olhos quentes e amarelados a preocupação e a duvida que o corroíam por dentro.



Interagindo com: Vallerie, Oziel, Ewan e Elizabeth